domingo, 18 de dezembro de 2011

Amores artísticos

Quero amores que me façam respirar e transpirar arte. Quero amores que se retratem em pinturas, sintam em uma fotografia e se eternizem em uma poesia. Amores que me levem para passear sem sair do lugar, e que, ao caminharem ao meu lado, estejam presentes na mesma vibração.

Quero amores com nuances de desespero e com todos os tons de plenitude. Daqueles que não se esquecem e a alegria de tê-los vivido supera a tristeza do fim. Quero que cheguem calmos como a brisa e me transformem como um vendaval. Não quero amores que terminem amargos... Quero deixar um sorriso no teu rosto quando lembrares de mim e o gosto doce dos momentos incomparáveis.

Não espero que eu seja a primeira e a última, mas a única com quem você anseia estar naquele momento. Quero momentos, daqueles que valem toda uma vida. Quero a sensação de viajar o mundo quando segurar tua mão. Quero a sensação de viajar por todos os mundos em quinze minutos de conversa.

Quero amores de vertigem. Intensos do começo ao fim. Que sejam amores de uma estação, então. De uma primavera em Paris ou de um inverno em Amsterdã. Amores quentes como o verão tropical e reflexivos como o outono em Londres.

Quero amores alimentados de letras e café, música e pinturas. Quero ver imagens dignas de um Van Gogh, mas que eu não compartilharei com ninguém.

Quero amores de encanto de encanto e de deslumbramento. Inacreditáveis como um feitio e concretos como a madeira das árvores. Quero amores fluídos.

Quero o encanto das diferenças e a delícia de discordar. Quero a força de uma discussão encerrada num beijo. Quero a discussão que não repele, que cria.

Quero amores plurais. Amores muitos, amores múltiplos. Que sejam platônicos, não importa. Que podem ser concentrados num único olhar e num único abraço. Quero um, que seja muitos.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Vermelho irrestrito

A vida de apresenta rasa
e eu a desejo profunda.
Mergulhar em sentimento
E me abandonar

Pra te encontrar

O verde me envolve
E eu quero o vermelho
Da entrega total e
Do sentimento irrestrito.
O gosto forte do café
E o prazer de saborear a vida.

domingo, 13 de novembro de 2011

T(r)emor

O instante de uma respiração
A perturbação de um devaneio
Estremeço, suspiro.
A naturalidade me assusta
E eu temo mais a sensação
Que essa loucura me traz
Do que o desastre de sua realização.

Eu tenho medo de mim.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Fixação

Adoro esse teu lado moleque, tão escondido nesse ar de seriedade. O menino que sorri tão leve anuncia o paraíso terrestre em um abraço. A tua alma nua nessa meia lua que brinca em teu rosto.

Essa cor que é tão tua, essa tua cor que é tão minha. Esse olhar tão intenso que me estremece, perturba, entontece... Me perco no teu ritmo quando tu me espreitas por um segundo, ao longe.

Os fonemas do teu nome, a melodia da tua risada, o timbre da tua voz. Você, por completo. Me move como música e eu quero te dançar.

domingo, 25 de setembro de 2011

Senso Comum

Um domingo em família pode render muitas reflexões. Entre elas, a que gerou este post. 

Toda pessoa tem algum motivo para ter raiva da Justiça, ressentimentos contra a lei ou contra advogados. É natural. O problema aparece quando esse ressentimento é generalizado e transmitido como verdade absoluta. 
Do alto de seu senso comum, médicos, secretárias e aposentados resolvem ter uma discussão jurídica sobre Direitos Humanos. Não me entendam mal: cada um desses profissionais é excelente no que faz, mas com um conhecimento jurídico raso, inconsistente. Além de que é fácil identificar-se com a vítima. "Direitos Humanos para criminosos é proteção da lei ao bandido!". Sim, primas e tias queridas, é proteção ao criminoso. Que também é gente. Que também tem família. Que também poderia ser teu filho, tanto quanto a pessoa cujos direitos foram violados pelos atos dele.

Não se pode desejar que o Estado se equipare aos criminosos dando a eles tratamento tão errado quanto as atitudes destes. É uma incoerência total.

"Os juízes sentam-se mais altos que a gente numa audiência, dá a impressão que depois deles só Deus". Sim, os juízes sentam-se mais alto. Não, isso não é absolutamente necessário. Entretanto, tem uma explicação. A visão de um juiz deve ser distanciada e abrangente, para não haver influências ou identificação com as partes.

O julgamento da parte pelo todo. Criticar o Direito porque nem todos os seus operadores honram o diploma. Que a minha ignorância seja perdoada, mas isso é tão injusto quanto as falhas que vocês apontam a cada segundo.

Me perdoem por escrever. Mas o que pode falar uma simples estudante do tão odiado Direito, que opera com as Leis que vocês detestam, com apenas dezessete anos? Talvez quando a minha posição for aquela criticada, juíza ou promotora, vocês tenham por mim o respeito para que eu possa calma e educadamente mostrar o lado da lei que vocês desconhecem.

Ora, um operador de Direito enfrenta uma faculdade de cinco anos para começar a conhecer as leis e o sistema do Direito. O estudo é absolutamente ININTERRUPTO. E as pessoas comparecem a uma audiência, conhecem dois ou três juízes ou advogados e almejam saber tudo do Direito. No mínimo, é irracional. Pra não dizer coisa pior. 

O Direito não é, de forma alguma, perfeito. É o sistema com mais falhas que se tem conhecimento, que mais são sentidas na pele pelas pessoas. Mas, querida família, a César o que é de César. E conhecer antes de criticar é sempre válido. Portanto, deixem o Direito e as discussões jurídicas para quem do Direito e para o Direito vive.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pela Neblina


Teu sorriso vem encoberto
pela neblina
O meu desencanto já está envolto
pela neblina
O sentimento estremece quando tocado
pela neblina
E o quanto eu quero caminhar
pela neblina
Até deixar para trás
O que foi destruído
pela neblina.



Se ainda temos esperanças, 
só quando o sol voltar.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Entenda... Se você quiser.

Vem a onda e muda tudo. 
Vem o vento e arrasta o velho.
E eu me pergunto até quando a rotina vai me esconder. 
Até quando eu vou esperar um olhar com cheiro de paixão que me diga o que quero sentir?
Compreenda, se puder. Foi o inesperado do teu olhar, o mistério que te faz. Não tenho realmente esperança, mas quando te vejo sorrir quero mergulhar. 
Quero acreditar que quando eu menos esperar vai ser de novo a tua voz me convidando pro novo. 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Something, for nobody

Tudo bem. Somos dois estranhos e o pouco que você achava que sabia sobre mim já se desfez. Já não mereço teu carinho e a esperança do aconchego de outrora beira a insensatez. Pelo tempo que habitei no âmago da tua alma e fiz da tua calma um inferno, soube quem eu era e para onde ia. As horas se arrastam e eu entorpeço as  palavras com o veneno do meu sentimento. Esse vazio transborda de cada sílaba e inunda com uma lágrima o olhar que já brilhou por mim. Nostalgia, meu bem. Não mais amor, eu sei. O vulto do que fomos cerra um véu intransponível entre as palavras gélidas que trocamos. Tudo que uso pra tentar me aproximar te afasta com a condenação no olhar. E eu desisto. Vou te deixar mesmo ir, porque... Me odiar talvez seja mais fácil que essa dor do não sentir.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Letargia

Frio. Vazio.
O teu riso me escarnece
O meu? Gris.
O toque da tua pele me estremece.
E o vento no meu rosto como única companhia.
Só quero ficar assim. Não me mover.
Até passar um mês.
Até tornar a você.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Queria ser uma personagem.

É, é isso. Eu queria ser uma personagem. Viver entre as páginas de um livro. Heroína ou vilã? Tanto faz. 
Sei que minhas características se encaixam melhor em um livro do que na realidade. 
Queria que você abrisse as páginas de um Tolkien ou Lewis, Shakespeare ou Alencar, e me encontrasse lá. A te esperar. A viver mil e uma aventuras. A viver. 
Aventura ou romance? Fantasia? Seria fantástico, seria magia. 
Queria me sentir abraçada quando me carregares nos braços de um lugar à outro. Enlaçar tuas mãos ao segurar entre elas minha história. 
Arwen ou Aurélia, Feiticeira Branca. Queria ser tua companhia, teu refúgio. 
Olhar nos teus olhos das páginas impressas, neles mergulhar e te contagiar. 
Despertar paixões, amores, ódios, desprezo. Emoções. 
Queria ter nascido para ser lida e interpretada, e não vista e julgada. 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Untitled

Eu sinto sua falta. Você continua aí, no mesmo lugar. Lugar que não é mais meu, abraço que não me pertence mais. Mas, no fim do dia, é só pra onde eu quero correr. 
Eu sinto falta do seu cotidiano banal, da correria da tua vida. Da segurança de te saber meu, e me saber parte dos teus gestos. Me perco nas tarefas do meu dia, tão mais difícil hoje. E impossível no entardecer, quando sei que não posso antecipar o paraíso no teu sorriso. 
Lá no fundo do meu peito, onde eu guardava meu carinho pra te dar, hoje é o esconderijo do brilho dos teus olhos, e daquele ultimo beijo. Tão doce, tão triste. Tão meu. Nunca quis acreditar quando algo me dizia aqui dentro que seria o último. Eu só poderia estar errada... A eternidade era pouco pra ficar com você. 
Eu tento dar um sentido pra minha vida. Eu tento fazer sentido. Mas, olha só, que ironia. Eu sinto sua falta. E você, continua aí, no mesmo lugar. 
Do you remember? I don't forget, baby.

sábado, 21 de maio de 2011

Saga - Filipe Catto

Ando em uma fase com a criatividade em baixa. Então, vou compartilhar com vocês algo que não é de minha autoria. É MUITO mais genial. Com vocês, Filipe Catto - Saga. 


Saga Filipe Catto
Andei depressa para não rever meus passos
Por uma noite tão fugaz que eu nem senti
Tão lancinante, que ao olhar pra trás agora
Só me restam devaneios do que um dia eu vivi

Se eu soubesse que o amor é coisa aguda
Que tão brutal percorre início, meio e fim
Destrincha a alma, corta fundo na espinha
Inebria a garganta, fere a quem quiser ferir

Enquanto andava, maldizendo a poesia
Eu contei a história minha pr´uma noite que rompeu
Virou do avesso, e ao chegar a luz do dia
Tropecei em mais um verso sobre o que o tempo esqueceu

E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho com força, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer

E era de gozo, uma mentira, uma bobagem
Senti meu peito, atingido, se inflamar
E fui gostando do sabor daquela coisa
Viciando em cada verso que o amor veio trovar

Mas, de repente, uma farpa meio intrusa
Veio cegar minha emoção de suspirar
Se eu soubesse que o amor é coisa assim
Não pegava, não bebia, não deixava embebedar

E agora andando, encharcado de estrelas
Eu cantei a noite inteira pro meu peito sossegar
Me fiz tão forte quanto o escuro do infinito
E tão frágil quanto o brilho da manhã que eu vi chegar

E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho sorrindo, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer


Um pedaço da minha alma. Aproveitem. 

domingo, 8 de maio de 2011

A Cor Púrpura - Alice Walker (Fragmento)

"Aqui tá a coisa, a Docí falou. A coisa queu acredito. Deus tá dentro de você e dentro de todo mundo. Você vem pro mundo junto com Deus. Mas só quem procura essa coisa la dentro é que encontra. E as vezez ela se manifesta mesmo se você num tá procurando, ou num sabe que tá procurando. Os problema fazem isso pra maioria das pessoa, eu acho. A tristeza, nossa! A gente sentir que é uma merda.
Uma coisa? eu perguntei.
É. Uma coisa. Deus num é homem nem mulher, mas uma coisa.
Mas como? eu perguntei.
Num é como nada, ela falou. Num é um show de cinema. Num é uma coisa que você pode ver separado de tudo o mais, incluindo você. Eu acredito que Deus é tudo, a Docí falou. Tudo que é ou já foi ou será. E quando você consegue sentir isso, e ficar feliz porque tá sentindo isso, então você encontrou ele.
(...)
Escuta, Deus ama tudo que você ama - e uma porção de coisa que você num ama. Mas mais que tudo o mais, Deus ama a admiração.
Você tá dizendo que Deus é vaidoso? eu perguntei.
Não, ela falou. Num é vaidoso, só quer repartir uma coisa boa. Eu acho que Deus deve ficar fora de si se você passa pela cor púrpura num campo qualquer e nem repara."


Fragmento extraído fielmente do livro "A Cor Púrpura", de Alice Walker.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Classificados Pt. Two - Tenderness

Leia a parte um aqui ... e entenda o porque dos títulos no final desse post =)

Eu já disse que não sou complicada... Também é simples compreender o que eu quero. 
Eu quero me sentir aquecida ao olhar pra um sorriso. Não é difícil, entenda. 
Deite ao meu lado, enrole meus cabelos nos dedos, desenhe os cachos e solte devagar, enquanto murmura uma canção me olhando nos olhos. Me abraça. Me envolve em teus braços. Me envolve. Traga chocolate, e me deixe lambuzar teu rosto com brigadeiro. Ria comigo... Sorria pra mim. 
Me ensina o que tu sabes, e aprende comigo o pouco que eu sei. Seja você. Leia um livro, e me deixe te observar fazendo isso. Leia livros. Tenha cultura, aprecie a arte. Ou pelo menos a respeite. Ouça músicas que falem à alma e engrandeça a sua. 
Fale com convicções, saiba falar... E realmente tenha convicções. Veja bem, não equivale a ser teimoso. Não se feche ao novo e tenha humildade pra admitir que é falho. Apenas tenha humildade. Ame a simplicidade e a magnitude do amanhecer e da chuva. Seja a simplicidade. 
Creia em Deus. Realmente creia, do seu jeito e do fundo do coração, independente da religião. Respeite aquilo em que não crê. Não exija que eu creia como você. 
Faça uma música pra mim, ou um poema, sem medo da pieguice. Jamais, jamais tema a pieguice. Seja piegas se assim desejar! Não espero ser a mais linda aos teus olhos, mas aquela que toca teu coração. Me queira bem. Me queira ao teu lado. Me queira. 
Viva, independentemente de mim. Mas paralelamente. 
Conte-me teu passado. Eu compreenderei. 
Divida comigo teu presente. Eu retribuirei. 
Sonhe um futuro ao meu lado. Eu exultarei. 
Diga que sentiu minha falta, se realmente sentiu. Diga que me ama, com teu olhar. Seja sincero, seja honesto. Comigo, com a vida, e principalmente com você. Tenha ambição, seja sarcástico, mas saiba ser doce. Se deixe enternecer, me enterneça. Me dê ternura, meu bem. 

Se não puder ser assim, se não pudermos ser assim um com o outro... Apenas deseje. Com fé, com força... Com alma. E busque a realização. Lute. Tente... 
E por favor, me deixe saber. Pra lutar por você. Pra lutar com você. 



Como sou, e o que desejo... Se encaixa? Deseja se encaixar? Me deixe saber. =D
É a minha busca e a minha oferta, como um classificado de jornal. 

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ela

Ela se parte em duas
se prende à liberdade
de não desejar ser una

entre o novo e o velho
o perdido, o nunca encontrado

Ela se desmancha em poesia
se esconde na realidade
que criou para se mostrar

Ela busca a razão que desequilibre 
a emoção de sua pele
também dual, também indecisa

disfarçando vulcões no gelo da palavra

Ela se vaporiza em sonhos
concretiza uma personalidade que 
é dela e tão alheia

um caleidoscópio preto e branco
uma nuvem de fractais na forma
de ilusões que se diluem

de maiúsculo, só Ela

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Closer... just imagination

Eu vejo verde e dourado tão próximos
E o sol de amanhecer do outono
Tinge de proximidade um sorriso

Que ficou no ontem
Que já não me pertence
Que nunca foi tão meu
Como é na minha imaginação

A cultura que eu respiro
Não é suficiente quando
O cheiro do teu perfume me embriaga

Eu bebo café
Enquanto ela bebe dos teus beijos
Que não saciarão minha sede.

Não nostalgia, tampouco amor.
Lembranças de algo que 
Só se imaginou

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Incerto

Eu me encolho, 
enrodilho preguiçosamente
Ocupando todo o espaço possível
Com folhas secas e ventos de outono
Enquanto a vida segue 
O tempo passa lá fora, e algo aqui dentro ainda esta parado.
estático
imóvel
imutável
Logo o azul royal do céu dará lugar ao sol que brilha insensível.
A sensibilidade extrema daquilo que não tem razão
dói, assusta.
Um sorriso que, mais que meu, 
fosse para mim
para preencher, dar sentido.

É preciso.
Algo.
Logo.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Calar

Meus lábios se fecham, emudecem. A necessidade de falar some quando digo tudo pelo olhar. Me calo diante de tragédias, me calo diante de injustiça, às vezes me calo diante da vida. Mas eu sinto as tragédias, e lamento mais que se insistisse em pronunciar palavras que apenas serviriam pra tentar parecer que sou humana. Eu tento corrigir as injustiças, por insuficiente que seja a minha atitude. E a vida? Essa eu me contento em viver, da forma que acho certa.
Mas, no final, o que me faz calar e me fala ao coração enquanto meus olhos exprimem uma emoção a cada segundo, é o teu sorriso e as tuas ideias.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Desejo de Perspectiva




A flor monocromática saúda singela
O festival policromático que a luz lança no céu
A perspectiva de onde vejo
Me permite apenas presenciar, e me traz
O desejo de iluminar
Então sigo, peregrina, até os tesouros
No fim desse arco-íris.
Mas o tesouro é a cor, é a luz, a forma,
O saber, é o sentir
o calor que o teu corpo emana. 
E a magia
A Magia é a Vida.

domingo, 27 de março de 2011

Poetizando.



Campos dourados, raios solares, flores de âmbar. 
Campos de âmbar, raios dourados, flores solares. 
Campos solares, raios de âmbar, flores douradas. 
O trigo. A flor. O sol.
Amanhece.



Os campos da foto não chegam aos pés da beleza singela dos que inspiraram a poesia. 

segunda-feira, 21 de março de 2011

Classificados Pt. One

Eu não sou assim tão complicada. Na verdade, sou simples até demais.

O barulho da chuva me encanta. Seu cheiro também. Senti-la. Adoro vento. Adoro dias cinzas, mas posso passar horas admirando o azul do céu sem nuvens no verão. Não, eu não vou ser clichê e dizer que funciono melhor a noite. Porque eu amo as manhãs, e enlouqueço com um belo entardecer. Principalmente na praia.
Aqui sim serei clichê: amo o mar. Amo profundamente. Com toda a sinceridade e devoção que só um amor não vivenciado possui.

 Eu gosto de branco. Eu gosto de vermelho. De romã e de rosas brancas. Eu não sei dançar, mas se você me convidar prometo me esforçar. Faço promessas facilmente, e geralmente as cumpro. Não sei guardar os meus segredos, mas protegerei os teus com a minha vida.

Sou passional, e bem volátil, com um humor que oscila facilmente. Mas me torno a criatura mais doce se me acenares com a possibilidade de um afago. E não sou difícil de lidar. Use calma, educação e argumentos. Me convença, não me force.

Eu vou ouvir Elis Regina em um segundo e no outro ouvirei Kiss. Não ouça comigo, se entre os extremos houver algo que não te agrade, mas não me peça que mude e não deprecie o que eu amo. Eu vou chorar, e vou cantar. Talvez faça isso enquanto escrevo. E se fizer isso te olhando nos olhos, me abraça.

Sou extremamente frágil e carente, toda sentimento. Mas sou também forte, independente e completamente racional. Eu me entrego a tudo aquilo que faço. Ocupo meu tempo com amor, e não amenidades.
Eu amo o Direito, e defendo sua essência com unhas e dentes.

Jamais farei algo apenas porque alguém que não seja eu quer. Como uma barra inteira de chocolate e adoro pimenta. Quase nunca concordo com ninguém, mas nunca julgo. Não me precipito, e às vezes eu perco por isso. Eu sonho, com um mundo melhor e principalmente com o dia em que serei alguém melhor.

Se eu me der ao trabalho de argumentar e te explicar algo, se considere com sorte. 
Acostume-se, eu não vou correr atrás. Vou te dar o espaço pra que venha até mim, sem que isso mexa com o teu orgulho. E faria isso quase como quem enfeitiça.

Não vou viver nada pela metade, porque meus sentimentos são inteiros. Se eu disser que te amo, é porque te respeito, te aceito como é, desejo que sejas feliz, faria tudo pra te ajudar e gosto da tua companhia. Não significa obrigatoriamente que a nossa relação será de homem-mulher. Sou capaz de amar além do que se considera certo, mas pra mim é completamente natural. São casos raros, quase únicos, são pessoas por quem eu não mediria esforços pra ver feliz e que me elevam a outro plano. Não tente ser uma delas... Mereça. 

Sou filha de Iansã e amo chimarrão. Não minto, não sou cruel. E isso não quer dizer que não saiba mentir ou ser cruel. Mas, caminho em direção ao amor, pela estrada do amor, e ajo pelo amor.  
Para estar serena, não preciso de nada mais que desejar isso. E, às vezes, uma companhia sintonizada.
Eu gosto de estar de pijama e sei andar de salto. Adoro viajar, mais pela estrada que pelo destino. Sou ainda cigana, mas sou hoje um caleidoscópio das várias que já fui.

Creio em Deus, amo a Deus, reverencio a Deus. Tudo à minha maneira. Mas respeito a sua maneira de fazer isso e gostaria que respeitasse a minha. 

Tenho uma visão idealista de tudo, e não há nada que você faça que vá destruí-la. Me iludo. Não me apego a pessoas, mas ao sentimento que crio por elas em minha ilusão. De real? Minhas meias de elefante, o calor de uma xícara de chocolate e das mãos de alguns amigos. 

Falo muito, e digo ainda mais. Mas adoro ouvir. 
Tenho medo de aranhas, e só. Mas não desejo me ver longe de quem eu amo... Quanto maior o amor, menor o desejo da distância. 

Me enterneço com facilidade. Crianças, filhotes, sonhos. 

Peço desculpas se me alonguei... Mas, essa foi a forma que encontrei de traduzir a minha interpretaçãode Clarice Lispector na frase que resume tudo isso: "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, Depende de quando e como você me vê passar."
Ou a de Florbela Espanca: "O meu mundo não é como o dos outros,

Quero demais, exijo demais,

Há em mim uma sede de infinito,
Uma angústia constante que nem eu mesma compreendo,
Pois estou longe de ser uma pessimista;
Sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada.
Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... Sei lá de quê!"


Eu sou a antologia de todos os poemas, de todos os poetas. Eu sou o verso ainda não escrito.





Fotos by: Lotus Phōtō

sexta-feira, 18 de março de 2011

Poder atrai.

Chega de hipocrisia tão descarada. Poder atrai SIM. Não acha? Eu te explico.
A atração física basicamente nasce do poder. Todo mundo tem um tipo de poder que prefere. Seja o poder de atração, poder financeiro, poder político, poder de persuasão, poder intelectual... Às vezes nem sequer percebemos o quanto nos deixamos seduzir por ele. 
O poder de atração por exemplo. Beleza, sensualidade, belas formas, magnetismo pessoal... São meros complementos desse poder que dificilmente deixa de influenciar alguém. Todo ser humano ao iniciar um relacionamento, ainda que e principalmente se for fugaz, presta atenção nos atributos físicos da pessoa com quem se relacionará. 
O poder financeiro é ainda mais difícil de se admitir e relativamente menos comum, porém mais evidente quando acontece. Há pessoas que só se interessam por pessoas com amplo potencial de aquisição, seja por sonhar com um futuro garantido, interesses financeiros momentâneos... Motivos tão torpes quanto seguir negando que poder é uma forma de atração indispensável. 
E quando falo de poder político, não me refiro a política no sentido que nos remete à cargos públicos para os quais dificilmente sabemos escolher representantes, mas no sentido mais amplo de comando, liderança e relacionamento social. Alguém que está em evidência devido à liderança que exerce ou por ser "popular" é alguém que vai ser extremamente atraente aos olhos de muitas pessoas. Geralmente, mulheres gostam de homens com poder de liderança, porque inconscientemente relacionam esse atributo à uma boa condução do lar e da família, além de ser um bom provedor. Apesar de exceções, mesmo mulheres independentes buscam esse perfil, e há homens que também se sentem atraídos por mulheres líderes. 
O poder intelectual é o poder político e o financeiro em estado latente, acompanhado geralmente do poder de persuasão. Inteligência atrai não apenas porque uma boa conversa proporciona excelentes momentos, mas porque estamos programados para buscar os melhores companheiros, e percebemos todo o potencial que um parceiro inteligente nos fornece. 
Citei alguns exemplos, para me fazer entender. Mas o poder existe de infinitas formas, infinitas poderiam ser as explicações. 
Me refiro nesse texto ao papel do poder como atrativo principalmente em relacionamentos amorosos, e de maneira ainda mais específica aos passageiros. Em relacionamentos onde o que acontece é AMOR, poder tem pouco ou nenhum espaço. Mas nas paixões, está intrínseco, embora camuflado. 

Já é hora de admitirmos essa verdade. Mulheres, sejam sinceras e concordem comigo que não há nada mais sexy que um homem que sabe falar, convencer e liderar naturalmente. Homens, admitam o quanto o poder da sensualidade age sobre vocês, e nem tenham vergonha ao admitir que uma líder nata também os atrai e desafia. 
O poder é natural, como é natural sentir-se magnetizado por ele. A falta de naturalidade reside em negá-lo ou priorizá-lo excessivamente. Bom senso, meus queridos, bom senso. 

quarta-feira, 16 de março de 2011

Justificativa

São gestos e olhares. É sutileza e é mistério. Um sorriso carregado de autenticidade. É pele e é forma. É cheiro e sensação. Uma sintonia, uma inspiração. É um devaneio, uma distração e uma impossibilidade. É a diferença e a discrição. São traços. É a cultura e o calor que exala. É a barba sombreando a face. A maturidade e a respiração. O que imagino e o que não sei. São lábios que se calam e incitam. É o magnetismo que atrai. A displicência calculada. As mãos esculpidas por um anjo. O desenho do sorriso que te dá esse brilho único. É o cinza, o preto e o desejo do branco. A aparente compatibilidade. É o que afasta e aquilo que aproxima inconscientemente. É o encanto, a magia e o feitiço. São os detalhes que eu preciso descobrir. É o fogo sob essa calmaria. É a sede de saber compartilhada. É essa tua originalidade máscula. É a segurança, e são teus cílios. É esse raciocínio que me leva a querer acompanhar teu pensamento. É tudo que temos de diferente e esse tipo de olhar tão harmonizado quando cruza com o meu. É o som do teu nome e como ele desliza na minha voz. E é também a tua voz, hipnose profunda. Sabe, é a seriedade, tão incomum e quase melancólica. É o jeito que tu vibra, a energia que tens. O poder, consciente e humano, latente. É a tua grafia com personalidade e estilo. É tudo aquilo que te faz tão HOMEM, e por isso tão sagradamente inalcançável.





Isso não é uma declaração de amor, mas um elogio.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

About Wonderland (?)

Não, essa Alice não vai mais passear pelo País das Maravilhas com o Chapeleiro Maluco. (hahaha, adorei isso xD)
Espero que a decisão seja acertada, e a superfície seja o melhor.


Aguardem as próximas viagens!
Temos aquele, menos conhecido, porém até mais interessante "Através do Espelho e o que Alice Encontrou Lá".
Enfim... o/

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A verdade nua e crua: Atitude (por Gabi Kirinus)

Hoje não vou escrever nada, pois tudo que poderia ser dito já foi dito nesse post do blog (excelente, diga-se de passagem) da Gabi Kirinus. Peço licença a ela para postar o link aqui, para compartilhar também com os queridos leitores do meu pouco movimentado blog! 

Parabéns, Gabi!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Encontrei o mar, encontrei a mim, e quem sabe ao que mais...

As coisas acontecem em nossas vidas de maneiras que nem sempre são passíveis de explicação ou de entendimento. Os fatos se precipitam uns por sobre os outros e a vida nos toma em seu redemoinho.
Clichês e mais clichês.
Mas, eu precisei sair do conhecido, da vidinha pacifica do interior, pra encontrar a mim.
Me encontrei na rebeldia do mar, nos movimentos das ondas, na inconstância tão sincera da natureza mais perfeita e hipnotizante. Quando meus pés tocaram a areia, e as ondas tocaram meus pés, a transformação que ocorreu em mim foi indizível e instantânea. Não sei se foi pra melhor, não sei se foi pra pior, nem sei o que foi levado pelas ondas. Mas é certo que elas me trouxeram segurança.
Segurança de quem sou, e de como vou, por que o "pra onde"... Deixo que o redemoinho da vida leve, e adoro isso.
Na praia, e pela estrada, deixei pra trás meu egoísmo, e me descobri capaz da renúncia. Aprendi a dominar meus sentimentos. Encerrei um ciclo num abraço, e tenho certeza que não poderia ter agido melhor. Evoluir um sentimento é uma sensação indescritível.

E o pós praia... Aí, o redemoinho me levou por caminhos inimaginados. Tenho desejos quase realizados, desejos de um futuro garantido. E depois, a surpresa me pegou pela mão, eu deixei que ela me levasse.
Estou seguindo estradas tão incrivelmente surreais que chegam a ser deliciosas de uma maneira perturbadora.
Me sinto Alice despencando num país que posso descobrir ser o das maravilhas, mas que irei desbravar e me deixar conduzir por ele com consciência. Esse constraste que torna inacreditável é o que dá o charme nessa espiral doida. E, como Alice talvez me veja em cenários inacreditáveis, num lugar (usando palavras que não me pertencem nessa descrição): "...com cogumelos do tamanho de assentos, o chão mudando de cor como luzes de boate, macieiras de banana e melancias nascendo como mandiocas embaixo da terra". Perdão pelo plágio, mas não pude não citar!
E o que essa Alice dirá da viagem? Ah, meus caros, não há como dizer. Mas se o contentamento de descobrir me for permitido... Prometo que compartilharei.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Dois séculos em duas horas.

Tão claro como o dia, mudanças não ocorrem do dia para a noite. Mas, quando estamos prontos para elas, basta um empurrãozinho. 
Diferentemente do último post, hoje tenho meus pensamentos ordenados e límpidos. 
E só tenho a agradecer, a quem em duas horas conclui com maestria dois séculos de preparação. 
Um conselho: jamais desvalorizem o poder de uma conversa, o poder da companhia de alguém que de certa forma faz parte de você e é espelho em que se mirar. Aprendi e progredi muito, e hoje pode-se ver claramente a diferença. 
Obrigada. Pela serenidade, pelo carinho e pela amizade. 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ao que te reconheço, não mais me conheço.

Bem, aqui estou eu escrevendo sobre o que eu gostaria de escrever de um jeito que eu não gosto de escrever. Quero ser clara e não posso, então me perdoem palavras veladas e subterfúgios.
Ando tão absurdamente diferente aqui dentro e tão estaticamente a mesma por fora que é irritante. O pior é não saber se essas mudanças acrescentam ou deixam pra trás partes importantes. 
Talvez a minha ingenuidade já não mais me pertença, mas quem sentiria falta se foi alvo de tão severas críticas? Eu, certamente não. A única coisa que está fazendo falta são as certezas (ah, sempre elas). Principalmente a certeza de me conhecer como mais ninguém. Tenho sido surpreendida com as minhas palavras, minhas atitudes e não sei se as aprovo. Vão de encontro a tudo que eu penso, ou pensava... 
Creio que eu precise mais do que nunca me afastar de passado, presente, futuro e tornar mais estreito meu laço comigo mesma. Mas é impossível me afastar do que se funde em mim, se enraiza na minha alma e vive, apesar de já não mais ter vida orgânica, no calor de um olhar. 
Céus, é isso que me perturba. Jamais um olhar serviu pra me tirar o ar e fazer com que eu me sentisse tão viva. E aquilo tudo ressurgiu em mim como eu acho que jamais vai ressurgir nele. Mas ao mesmo tempo um olhar me ilude, faz com que eu permita a mim mesma divagar sobre o que poderia significar... E se for apenas o que obviamente significou, então valeu, pelo menos as ilusões terão me feito feliz enquanto durarem. 
Talvez seja preciso que eu mude assim, reassuma algumas daquelas antigas características, incorpore outras e não me reconheça para que surja nos meus olhos aquela chama que te faça reconhecer. 

Termino esse texto, essa divagação, ao som de Mente Frágil - Tanghetto. E por coincidência, é assim que sinto minha mente. Essa música pode muito bem representar a esse post... Não busquem realizar paralelos inexistentes com o clip da música. Porque pode representar também essa reviravolta de princípios, esse não mais conhecer.  E, eis que surge mais uma face incompreensível dessa minha personalidade já irreconhecível. 






E é incrível como cada vez que leio isso tudo assume um significado diferente. É incrível como os representantes de passado-presente-futuro poderiam crer que escrevi para cada um deles. Mas, esclarecendo,  é sobre mim, inspirado em todos. Mas, querido representante do passado remotíssimo e do futuro inalcançável, tudo que mais me confunde e tudo que mais me realiza, vem de você e é para você.