Nossos olhos não nos propiciam uma visão completa das coisas, nossa mente não permite que julguemos com total imparcialidade. Isso nos levará a mudar de opinião frequentemente. E sou adepta daquela velha máxima: Só não muda de opinião quem não a tem.
Para ilustrar: escrevi na semana passada (com muita convicção, diga-se de passagem) uma nova postagem, sobre o que é considerado diversão pelos jovens de hoje. Nele, critiquei abertamente as festas com música alta, bebida, gente dançando como se o mundo fosse acabar. No sábado, numa janta de amigos muito especiais, fui obrigada a rever meus conceitos. Porque eu mesma estava num ambiente assim (retirando a bebida, que, continuo convicta nesse ponto, não é necessária para divertir-se) e confesso que me diverti muito. Apoio totalmente quem diz que jovens devem se divertir, mas continuo discordando daqueles que fazem disso a única razão para se viver.
As certezas nos levam sempre a conclusões precipitadas. Prefiro partir do pressuposto que tudo é mutável e inconstante, inclusive eu mesma. Dessa forma, estarei garantindo a ponderação e o equilíbrio entre extremos.
Não estou afirmando aqui que não me posiciono e fico em cima do muro, pelo contrário. Adoro ter opinião e adoro expor minha opinião. Mas é preciso moderação, pois esse instrumento contém um poder que mal conseguimos dimensionar. Como diz Alexandre Herculano, "Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me envergonho de raciocinar e aprender".
Cair em contradição por uma convicção não é vergonhoso. A vergonha é não admitir a contradição e não flexionar a opinião por vaidade.