sábado, 8 de janeiro de 2011

Dois séculos em duas horas.

Tão claro como o dia, mudanças não ocorrem do dia para a noite. Mas, quando estamos prontos para elas, basta um empurrãozinho. 
Diferentemente do último post, hoje tenho meus pensamentos ordenados e límpidos. 
E só tenho a agradecer, a quem em duas horas conclui com maestria dois séculos de preparação. 
Um conselho: jamais desvalorizem o poder de uma conversa, o poder da companhia de alguém que de certa forma faz parte de você e é espelho em que se mirar. Aprendi e progredi muito, e hoje pode-se ver claramente a diferença. 
Obrigada. Pela serenidade, pelo carinho e pela amizade. 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ao que te reconheço, não mais me conheço.

Bem, aqui estou eu escrevendo sobre o que eu gostaria de escrever de um jeito que eu não gosto de escrever. Quero ser clara e não posso, então me perdoem palavras veladas e subterfúgios.
Ando tão absurdamente diferente aqui dentro e tão estaticamente a mesma por fora que é irritante. O pior é não saber se essas mudanças acrescentam ou deixam pra trás partes importantes. 
Talvez a minha ingenuidade já não mais me pertença, mas quem sentiria falta se foi alvo de tão severas críticas? Eu, certamente não. A única coisa que está fazendo falta são as certezas (ah, sempre elas). Principalmente a certeza de me conhecer como mais ninguém. Tenho sido surpreendida com as minhas palavras, minhas atitudes e não sei se as aprovo. Vão de encontro a tudo que eu penso, ou pensava... 
Creio que eu precise mais do que nunca me afastar de passado, presente, futuro e tornar mais estreito meu laço comigo mesma. Mas é impossível me afastar do que se funde em mim, se enraiza na minha alma e vive, apesar de já não mais ter vida orgânica, no calor de um olhar. 
Céus, é isso que me perturba. Jamais um olhar serviu pra me tirar o ar e fazer com que eu me sentisse tão viva. E aquilo tudo ressurgiu em mim como eu acho que jamais vai ressurgir nele. Mas ao mesmo tempo um olhar me ilude, faz com que eu permita a mim mesma divagar sobre o que poderia significar... E se for apenas o que obviamente significou, então valeu, pelo menos as ilusões terão me feito feliz enquanto durarem. 
Talvez seja preciso que eu mude assim, reassuma algumas daquelas antigas características, incorpore outras e não me reconheça para que surja nos meus olhos aquela chama que te faça reconhecer. 

Termino esse texto, essa divagação, ao som de Mente Frágil - Tanghetto. E por coincidência, é assim que sinto minha mente. Essa música pode muito bem representar a esse post... Não busquem realizar paralelos inexistentes com o clip da música. Porque pode representar também essa reviravolta de princípios, esse não mais conhecer.  E, eis que surge mais uma face incompreensível dessa minha personalidade já irreconhecível. 






E é incrível como cada vez que leio isso tudo assume um significado diferente. É incrível como os representantes de passado-presente-futuro poderiam crer que escrevi para cada um deles. Mas, esclarecendo,  é sobre mim, inspirado em todos. Mas, querido representante do passado remotíssimo e do futuro inalcançável, tudo que mais me confunde e tudo que mais me realiza, vem de você e é para você.