Como seres humanos, estamos frequentemente interagindo com aqueles que nos rodeiam. As maneiras podem ser as mais diversas. Mas, hoje, em oposição ao meu post anterior, me propus a falar delas, que preenchem nossos silêncios: as palavras.
Falamos. Tanto. Nosso fluxo de palavras é constante, e não raro nos surpreendemos falando palavras cujo significado não conhecemos, ou não condiz com o que realmente queremos dizer. Mas o contrário também ocorre. Deixamos escapar palavras que nos revelam, que nos condenam. Para um ouvinte atento e observador, ficamos completamente expostos por nossas palavras, pela forma como são ditas, ou mesmo não ditas.
As palavras que mais falamos, ou mais calamos, nos deixam nus. Revelam tudo que sentimos, aquilo que escondemos, inclusive de nós mesmos. Repetimos as palavras, inconscientemente, que mais demonstram nosso estado de espírito.
E essas palavras tem poder. Não vou repetir frases feitas nem ditar fórmulas mágicas de atração e conquista. Mas, sabemos claramente, manter nossos pensamentos positivos, confiantes e com fé, funciona. O contrário também.
Entretanto, quero falar do poder das palavras que todos, eu disse TODOS já sentiram. Elas ferem. Magoam, dilaceram. Quando ditas por impulso, podem abrir feridas incuráveis. Claro que em quem escuta, mas nem tão claramente em quem as profere. Decidimos nossas vidas incitados por vontades e sentimentos passageiros. E, em um instante, mudamos nosso rumo e o de outras pessoas.
Devido a meras palavras, ditas no calor de um momento, nos arrependemos e sofremos durante um tempo que nos parece infindável.
Palavras ferem, maculam. Mas saram e cicatrizam. São remédio e veneno. Às vezes ao mesmo tempo. às vezes destroem quem as diz e curam quem as ouve, ou vice-versa.
A verdade é que as palavras tem mais importância do que imaginamos. E pensar antes de proferi-las pode ser um bem. Ou não. Nossas intuições e impulsos são algo maravilhoso, que não devemos reprimir, mas dosar e refletir. Dosar na hora, e refletir depois.
Seria, enfim, incorrer em erro torturar-nos por palavras, por maior que seja o seu poder. A consciência tranquila, nesse campo, é o que nos garante a certeza de ter usado e continuar usando de forma edificante e matizada de amor, esse instrumento de influência, decisão e realização que temos na ponta de nossa língua, de nossos dedos e no brilho de nossos olhos: as palavras.