terça-feira, 7 de agosto de 2012

Wonderland... Wonderwall


ou Outra Carta Que Eu Não Enviei


Me peguei pensando em você e sentindo uma dorzinha incômoda quando li um trecho daquela música que foi nossa sendo só, só minha. Acho que é porque sonhei com você. Sonhei que você me mandava uma daquelas tuas mensagens loucas e dramáticas no meio da madrugada, simplesmente sem motivo e depois de todo esse tempo. Dizendo que me amava e que um dia ainda nos pertenceríamos. Seríamos um do outro.
Sonhei com você, Chapeleiro Maluco. Com cogumelos do tamanho de assentos. É, essa foi inesquecível. Com sorvetes de Mario Bros.  Sonhei com mãos dadas enquanto dirigia e com carros antigos. Sonhei com você assim, meio Jack Kerouac. Jack Kerouac ouvindo Oasis, segurando em silêncio minha mão enquanto pensava em outra pessoa. O meu favorito de todos os canalhas. E espero que você tenha perdido o hábito de me ler e dizer que sou sempre muito óbvia, porque dessa vez é mesmo muito óbvio.
Eu ainda não desci de cima do muro e aqui é muito confortável. A vista é linda. Juro. A vista é muito linda. E você deveria experimentar. Esse texto nem é uma declaração de amor apaixonada e arrependida, mas é uma declaração de saudade da nossa amizade gauche, dos teus velhos de cartola e dos cachorros na pracinha. Eu nunca fui apaixonada por você, bem o sabes. Sabes também que nossa amizade dá saudade não só no verão. Mas esse texto é um lamento, por tudo que ficou pra trás, por todos os “se”, por todos os “talvez”, e por ter sonhado com você. 

“There are many things that I would like to say to you
But I don't know how”


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