segunda-feira, 21 de março de 2011

Classificados Pt. One

Eu não sou assim tão complicada. Na verdade, sou simples até demais.

O barulho da chuva me encanta. Seu cheiro também. Senti-la. Adoro vento. Adoro dias cinzas, mas posso passar horas admirando o azul do céu sem nuvens no verão. Não, eu não vou ser clichê e dizer que funciono melhor a noite. Porque eu amo as manhãs, e enlouqueço com um belo entardecer. Principalmente na praia.
Aqui sim serei clichê: amo o mar. Amo profundamente. Com toda a sinceridade e devoção que só um amor não vivenciado possui.

 Eu gosto de branco. Eu gosto de vermelho. De romã e de rosas brancas. Eu não sei dançar, mas se você me convidar prometo me esforçar. Faço promessas facilmente, e geralmente as cumpro. Não sei guardar os meus segredos, mas protegerei os teus com a minha vida.

Sou passional, e bem volátil, com um humor que oscila facilmente. Mas me torno a criatura mais doce se me acenares com a possibilidade de um afago. E não sou difícil de lidar. Use calma, educação e argumentos. Me convença, não me force.

Eu vou ouvir Elis Regina em um segundo e no outro ouvirei Kiss. Não ouça comigo, se entre os extremos houver algo que não te agrade, mas não me peça que mude e não deprecie o que eu amo. Eu vou chorar, e vou cantar. Talvez faça isso enquanto escrevo. E se fizer isso te olhando nos olhos, me abraça.

Sou extremamente frágil e carente, toda sentimento. Mas sou também forte, independente e completamente racional. Eu me entrego a tudo aquilo que faço. Ocupo meu tempo com amor, e não amenidades.
Eu amo o Direito, e defendo sua essência com unhas e dentes.

Jamais farei algo apenas porque alguém que não seja eu quer. Como uma barra inteira de chocolate e adoro pimenta. Quase nunca concordo com ninguém, mas nunca julgo. Não me precipito, e às vezes eu perco por isso. Eu sonho, com um mundo melhor e principalmente com o dia em que serei alguém melhor.

Se eu me der ao trabalho de argumentar e te explicar algo, se considere com sorte. 
Acostume-se, eu não vou correr atrás. Vou te dar o espaço pra que venha até mim, sem que isso mexa com o teu orgulho. E faria isso quase como quem enfeitiça.

Não vou viver nada pela metade, porque meus sentimentos são inteiros. Se eu disser que te amo, é porque te respeito, te aceito como é, desejo que sejas feliz, faria tudo pra te ajudar e gosto da tua companhia. Não significa obrigatoriamente que a nossa relação será de homem-mulher. Sou capaz de amar além do que se considera certo, mas pra mim é completamente natural. São casos raros, quase únicos, são pessoas por quem eu não mediria esforços pra ver feliz e que me elevam a outro plano. Não tente ser uma delas... Mereça. 

Sou filha de Iansã e amo chimarrão. Não minto, não sou cruel. E isso não quer dizer que não saiba mentir ou ser cruel. Mas, caminho em direção ao amor, pela estrada do amor, e ajo pelo amor.  
Para estar serena, não preciso de nada mais que desejar isso. E, às vezes, uma companhia sintonizada.
Eu gosto de estar de pijama e sei andar de salto. Adoro viajar, mais pela estrada que pelo destino. Sou ainda cigana, mas sou hoje um caleidoscópio das várias que já fui.

Creio em Deus, amo a Deus, reverencio a Deus. Tudo à minha maneira. Mas respeito a sua maneira de fazer isso e gostaria que respeitasse a minha. 

Tenho uma visão idealista de tudo, e não há nada que você faça que vá destruí-la. Me iludo. Não me apego a pessoas, mas ao sentimento que crio por elas em minha ilusão. De real? Minhas meias de elefante, o calor de uma xícara de chocolate e das mãos de alguns amigos. 

Falo muito, e digo ainda mais. Mas adoro ouvir. 
Tenho medo de aranhas, e só. Mas não desejo me ver longe de quem eu amo... Quanto maior o amor, menor o desejo da distância. 

Me enterneço com facilidade. Crianças, filhotes, sonhos. 

Peço desculpas se me alonguei... Mas, essa foi a forma que encontrei de traduzir a minha interpretaçãode Clarice Lispector na frase que resume tudo isso: "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, Depende de quando e como você me vê passar."
Ou a de Florbela Espanca: "O meu mundo não é como o dos outros,

Quero demais, exijo demais,

Há em mim uma sede de infinito,
Uma angústia constante que nem eu mesma compreendo,
Pois estou longe de ser uma pessimista;
Sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada.
Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... Sei lá de quê!"


Eu sou a antologia de todos os poemas, de todos os poetas. Eu sou o verso ainda não escrito.





Fotos by: Lotus Phōtō

2 comentários:

  1. Muito bom o blog Ka, amei as fotos também, bom, você escreve muito bem, disso todos nós sabemos! hsuahsuhas! vou ler sempre que postar algo novo!

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  2. Obrigada pela "audiência"! UHASHSHUUSHUH
    Obrigada por tudo! A recíproca é verdadeira!
    Beijos!

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