Eu sou os teus olhares de esguelha. Sou o aperto no teu peito quando ouves a letra da música e o vulcão no teu sangue quando observas meu corpo mover-se.
Sou os pensamentos que não te deixam dormir tranquilo. Sou a
culpa quando beijas tua mulher. Sou mácula e sou glória. Sou a voz sussurrada e
as palavras que só os teus olhos dizem.
Sou o sopro de juventude e o torpor de se permitir não pensar. Sou o remorso e o tremor. O estremecimento e o nervosismo. A avidez pelo ácido dos meus beijos e as reticências infinitas entre cada libertação.
Sou aquilo que vivia só nos teus pensamentos obscuros. Sou a
sombra iluminada dos teus lábios na minha pele. Sou a realidade que grita teu
nome em meio ao emaranhado dos lençóis.
Eu sou o proibido que nenhuma sanção te impediria de adorar.
Eu sou cada reação química do teu cérebro que fecha as cortinas do mundo e te cobre de prazer.
Eu sou exatamente isso. Exatamente o que teu corpo deseja e
tua mente condena. Exatamente a tentação em que tu queres cair. A fuga
perfeita, que silencia no dia seguinte mas corta o silêncio do agora em cada gemido.
Eu sou teu fetiche. Sou toda tua fantasia. Vem e cai. A
única maneira de acabar com uma tentação é cedendo a ela. Vem e mata tua sede
na minha saliva. Faz do meu corpo a sede do teu prazer. Acende teu desejo e deixa nossos corpos
ascender.
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