terça-feira, 17 de julho de 2012

Um parágrafo sobre calor no inverno sulista

Você viu em meus olhos o desamparo e eu vi em teus olhos a preocupação. Não procuro e nem preciso entender porque teus braços me envolveram, mas me fizeram bem. Ouvir tua voz serena murmurando palavras doces pra me acalmar, enquanto molhava teu peito com as lágrimas confusas que meus olhos insistiam em derramar. Adorei o jeito que o mundo parou enquanto eu sentia tua mão acariciar meus cabelos e as minhas queriam, mas sem coragem, se emaranhar pelos fios grisalhos do teu. Ao invés disso, pararam desajeitadas ao redor da tua cintura. Cada segundo repousando no abrigo do teu calor aquecia minha alma. Pude sentir tua força que me oferecia aconchego e segurança. Pude ouvir teu coração batendo e isso me desconcertou. Quis acelerar aquele pulsar e te desconcertar tanto quanto você me desconstrói. Quis saber se teus olhos se fechavam como os meus, ou ao menos se perdiam ao longe. Quis saber se era banal pra você. Meus óculos embaçados ao final de tudo, teu riso que a barba torna misterioso e tuas piadas, me deram a sensação de estar no lugar certo. Foi só um abraço (foi, cavalheiro?), eu sei. Muito exclusivo, preocupado e carinhoso. Mas só um abraço. E se foi, eu não sei por que não pode ser mais. Eu não sei por que eu quero mais.



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